Sob pressão, líderes erram mais: 5 falhas comportamentais que afetam decisões críticas
Especialistas em comportamento organizacional alertam: em momentos de crise econômica, traços de personalidade disfuncionais se intensificam e podem comprometer performance, cultura e retenção de talentos
A recente escalada de incertezas econômicas e comerciais que afeta o Brasil vem pressionando empresas de diversos setores, em especial aquelas com forte exposição internacional ou dependência de cadeias de suprimento globais. Embora os impactos imediatos estejam relacionados a ajustes operacionais e financeiros, os efeitos internos sobre a liderança e a tomada de decisão também merecem atenção.
Segundo a Hogan Assessments — referência global em ciência da personalidade, com mais de 30 anos de pesquisa aplicada e atuação como consultora das maiores empresas do mundo — momentos de instabilidade intensificam comportamentos que permanecem latentes em contextos normais. Sob estresse prolongado, traços disfuncionais de personalidade tendem a emergir, influenciando decisões-chave, relações internas e o ambiente organizacional como um todo.
A partir de sua base global de dados comportamentais, a Hogan identifica cinco áreas críticas para empresas que enfrentam momentos de pressão externa:
1. Tomada de decisão sob pressão
Ambientes instáveis aumentam a incidência de padrões de decisão impulsivos ou defensivos. Perfis com traços como cautela extrema, necessidade elevada de controle ou impulsividade, quando sob estresse, podem comprometer decisões estratégicas. A questão não está apenas na escolha em si, mas na forma como a pressão distorce a percepção de risco e encurta o horizonte de planejamento.
2. Promoções baseadas em histórico, e não em potencial real
Reorganizações internas e reestruturações exigem decisões sobre liderança. No entanto, promover profissionais com base apenas em performance técnica ou tempo de casa pode ser insuficiente. Estudos da Hogan mostram que o desalinhamento entre traços de personalidade, valores e competências sociais é um dos principais preditores de falha em cargos de gestão.
3. Barreiras comportamentais à mobilidade e adaptação
Em momentos de reposicionamento interno ou redirecionamento de talentos, perfis com baixa abertura à mudança ou forte necessidade de previsibilidade podem resistir à transição, mesmo sem comunicar isso diretamente. A falta de adaptabilidade impacta o desempenho em novos contextos e dificulta ajustes estratégicos.
4. Disfunções de liderança que afetam a cultura organizacional
Sob pressão prolongada, líderes com traços como desconfiança, arrogância ou instabilidade emocional tendem a romper com práticas colaborativas e afetar negativamente o clima da equipe. Comportamentos como microgestão, retraimento ou comunicação hostil podem se intensificar, gerando desgaste coletivo e queda de produtividade.
5. Desalinhamento entre estratégias de retenção e perfis motivacionais
Em tempos de instabilidade, iniciativas genéricas de retenção — como bônus ou campanhas internas — podem ter efeito limitado. A eficácia depende do alinhamento com os valores individuais de cada colaborador. Para alguns, segurança é a prioridade. Para outros, autonomia, inovação ou reconhecimento. Mapear esses motivadores com dados objetivos é essencial para evitar perdas estratégicas.
"É nesse tipo de ambiente que as decisões mais críticas são tomadas — e também onde os erros mais caros acontecem", afirma Ryne Sherman, diretor científico da Hogan Assessments. "Quando não se entende como o estresse afeta cada líder ou colaborador, o risco de promover as pessoas erradas, perder talentos estratégicos ou comprometer a cultura aumenta significativamente."
Para empresas brasileiras que operam em setores sensíveis à volatilidade econômica, antecipar esses padrões comportamentais e monitorar como as lideranças reagem sob pressão se torna parte essencial da estratégia. Em momentos em que cada decisão conta, negligenciar o fator humano pode comprometer o desempenho de toda a organização.
Sobre a Hogan Assessments
Líder global em insights de personalidade, a Hogan Assessments produz avaliações válidas e confiáveis, fundamentadas em décadas de pesquisa. Mais de 75% das empresas listadas na Fortune 500 utilizam as soluções de aquisição e desenvolvimento de talentos da Hogan para contratar as pessoas certas, evitando viés, promovendo a diversidade, garantindo inclusão, além de aumentar a produtividade. Para obter mais informações, visite hoganassessments.com.